segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Situação do ´Dolce Vita` na cidade Braga. Será que vai abrir?

A Chamartín Imobiliária integra um grupo internacional de média dimensão com mais de 60 anos de experiência no sector imobiliário. Em Portugal, a sua actividade centra-se na promoção e exploração de activos imobiliários em três áreas de negócio: Centros Comerciais (Retail), Escritórios e Armazéns (Corporate Solutions) e Residencial.
Essa empresa tem 13 centros comerciais em Portugal já abertos e iria abrir o seu 14º em Braga, em Outubro de 2011. Na infra-estrutura já construída foram investidos 153 milhões de euros,  que permitiram a construção de um edifício gigantesco à saída de Braga para Vila Verde, que, conforme informações propaladas pelo grupo económico, teria 165 Lojas, 2.750 lugares de estacionamento e 70 mil metros quadrados (m2) de área disponível. Dos 70 mil metros quadrados (m2), 50 mil metros quadrados (m2) estavam destinados ao shopping e, os restantes 20 mil metros quadrados (m2) seriam ocupados por lojas de maior dimensão. A promotora antecipava a criação de 3300 postos de trabalho directos e mais de 10 mil indirectos.
A abertura deste espaço comercial já teve várias datas marcadas: inicialmente iria abrir portas em Outubro de 2011 (de acordo com a Vida Imobiliária, de 20 de Outubro de 2010); seguiu-se, sem data precisa estimada, o ano de 2012 (de acordo com o Diário Económico, de 25 de Novembro de 2011); e daí para cá deixou de ter data prevista, não obstante a acima citada notícia da Vida Imobiliária fale de abertura no ano de 2014, com um nome e um conceito comercial diferente do previsto pelo grupo Chamartin.
Qual é o razão ou razões dessa situação? Foi a crise económica a principal razão ou dificuldades de comercialização dos espaços comerciais em razão da imensa oferta comercial existente em Braga?

A crise económica / comercialização:
A crise económica a nível mundial teve inicio em 2007 e afectou Portugal em finais de 2008 e inicio de 2009.. Não podemos esquecer o facto de Portugal ter sido um dos países mais efectuados pela crise económica na Europa. Isso afectou parte de comercialização do país e fez com que muitas lojas comercias fechassem.
Essa situação foi uma dos principais razões para que o Dolce vita de Braga viesse  ter dificuldades de comercialização dos espaços, porque os investidores não investem e não correm o risco de fazer um investimento comercial em local em que existem imensas ofertas.
A existência de imensa oferta comercial na cidade de Braga foi a outra razão para que o Dolce vita não tivesse sucesso, porque ao mesmo tempo que a Dolce vita estava ser construído o centro comercial de Braga-Parque foi aumentado e fez grandes ofertas às grande marcas: por exemplo, à empresa Inditex (zara) ofereceu um espaço grande sem pagamento de renda por 2 anos, isso fez com que a Zara abrisse no Braga-Parque, o que constitui uma grande vantagem para o centro comercial Braga-parque e um grande desvantagem para o Dolce vita.
No centro do cidade de Braga foi aberto o centro comercial Street fashion, que é mais um centro comercial na cidade Braga. Isso significa mais ofertas para investidores.
Podemos então dizer que as duas situações ajudarem a que a centro comercial de Dolce vita não pudesse abrir as suas portas ao público. Isso teve um resultado muito negativo na empresa Chamartín Imobiliária:
•           em 2010, o valor económico gerado pela sua actividade decresceu em cerca de 69%, o que se deveu sobretudo a perdas em ajustamentos de propriedades;
•           o valor económico distribuído pelos stakeholders decresceu em 20%, reflexo do ligeiro aumento dos custos do capital e dos custos com o pessoal.

Milad Tabaraki

[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]

1 comentário:

Anónimo disse...

Meu caro, a Caixa Geral de Depósitos assumiu a gestão do Dolce Vita Braga no inicio deste ano, sendo que disse ter de alterar a filosofia do espaço, em virtude de Braga estar bem servida de espaços de Centros Comerciais.
Consequentemente há que esperar e ver o que a CGD decide fazer...
Pessoalmente acho que há espaço para um 2º grande shopping em Braga, com alguma oferta diferenciadora lá dentro....