quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Repartição do rendimento e níveis de pobreza

   O cenário actual leva-nos a reflectir bastante quanto à eficiência da repartição de rendimentos. No seio da crise em que vivemos, assistimos diariamente à “criação” de um fosso, cada vez maior, entre a classe alta e a classe baixa, ao mesmo tempo que a classe média se extingue.
   Portugal é, hoje, um dos dez países da União Europeia com maior risco de pobreza, com uma taxa de pobreza superior à média da UE, que está fixada nos 16%. Para além disso, temos a “terrível” situação de um quinto dos portugueses viver com menos de 360 euros por mês. Para um país considerado desenvolvido, estes números são bastante preocupantes, uma vez que, através deles, podemos concluir que existem famílias incapazes de pagar a sua alimentação, a renda de casa, as contas, entre outras despesas essenciais.
    A piorar a situação vem a falta de qualidade do sistema de segurança social. Apesar dos impostos pagos pela população, o sistema em questão não consegue proporcionar o mínimo a que se tem direito, como uma boa escola pública, uma esquadra da polícia e um bom centro de saúde, isto tudo perto de áreas de residência com grande concentração populacional.
   A crise, no entanto, não é má para toda a gente e é aqui que verificamos a desigualdade na repartição de rendimentos. Já todos, de certeza, ouvimos alguém dizer “Os ricos estão cada vez mais ricos!“, o que tem um grande fundo de verdade pois as taxas de imposto aplicadas sobre os “ricos“ pouco diferem das que são aplicadas aos “pobres”, fazendo com que os “ricos” não notem a carga fiscal da mesma maneira, o que consequentemente faz com que o “ricos” disponham de um rendimento disponível mais elevado.
   Esse mesmo rendimento disponível será utilizado em investimentos que farão o rendimento dos “ricos” aumentar, o que fará com que os níveis de desigualdade aumentem.

João Emanuel Cardoso Moça

[artigo de opinião desenvolvido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]

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