terça-feira, 6 de novembro de 2012

O impacto dos modelos económicos nas politicas do governo

No combate à crise financeira de 2007/2008 a maior parte dos governos mundiais decidiu usar como estratégia no combate à recessão o aumento dos gastos do estado de forma a estimular a economia. No entanto, apesar de os estímulos lançados pelos governos terem “almofadado” os efeitos da crise, depressa trouxeram outro problema à luz do dia devido aos grandes deficits orçamentais, esse problema é a crise das dívidas.
Apesar de mais países terem problemas com o tamanho das suas dívidas face ao tamanho do PIB, 3 países na europa, Portugal, Grécia e Irlanda, foram especialmente afectados, tendo sido obrigados a pedir assistência financeira ao FMI, Comissão Europeia e Banco Central Europeu, grupo esse que ficou conhecido por “Troika”. Como condição para receberem empréstimos por parte da “Troika”, foi imposto que esses países adoptassem medidas de austeridade que apesar de tornarem as populações desses países consideravelmente mais pobres, tornariam as contas públicas desses países equilibradas e então o tempo do crescimento económico voltaria.
Os últimos dados do FMI corrigem o valor do multiplicador fiscal de 0,5 euros para entre 0,9 e 1,7 euros. Esta diferença entre os resultados possíveis influência o défice obtido no final do ano, logo, temos de nos perguntar a credibilidade das medidas até agora adoptadas pelo governo nos anteriores orçamentos de estado e das que foram apresentadas para o orçamento de estado de 2013, sendo que em 2011 como em 2012 as previsões para o deficit falharam por vários pontos percentuais (em 2011 o deficit de 4.2% apenas foi alcançado devido a medidas extraordinárias), logo, temos de nos perguntar se vale a pena continuar este caminho que, até agora, causou fortes recessões e o disparar da taxa de desemprego, e que cada vez torna o risco de uma espiral recessiva cada vez mais forte.
No entanto, a decisão de continuar as políticas económicas até agora conduzidas não é apenas do governo português, pois qualquer decisão que não agrade à “Troika” pode deixar o país sem meios de se financiar. Portanto, é necessário que, face à situação de que adoptar fortes medidas de austeridade tem resultados muito inseguros, deve ser negociado um verdadeiro plano de ajuda financeira a Portugal, com, por exemplo, taxas de juro mais baixas.


Hélder Alberto Silva Costa


[artigo de opinião desenvolvido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]

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