sábado, 17 de novembro de 2012

Desemprego e os seus limites

Este é um dos temas mais debatidos na nossa sociedade, muitas vezes levado a exaustão, no entanto, como desperta em mim uma preocupação crescente, decidi abordá-lo mais uma vez.
Desde há mais de dez anos que a taxa de desemprego em Portugal tem vindo a aumentar, em proporções que assustam quer os trabalhadores quer os portugueses em geral. No entanto, esta subida nem sempre foi gradual. Mais o menos até 2008, teve esse comportamento mas nos anos seguintes a subida foi mais acentuada. Esse agudizar deveu-se em muito à crise financeira que se instalou na economia portuguesa, e que dura até aos dias de hoje.
Os motivos que levam ao desemprego são diversos. Um que se denota com frequência na nossa sociedade tem a ver com as qualificações dos trabalhadores ficarem obsoletas, ou seja, como os trabalhadores com mão-de-obra pouco qualificada não conseguem fazer face a trabalhos mais elaborados e exigentes. Esta situação leva o desemprego de longa duração a aumentar.
Os recém-licenciados também sofrem e de maneira significativa com a falta de emprego, tanto que a taxa de desemprego deste grupo é mais elevada do que a taxa de desemprego geral. Muitos licenciados estão condenados a nos tempos posterior à licenciatura a não exercerem a profissão para a qual estudaram tantos anos no seu pais, levando a que muitos emigrem ou exerçam profissões para as quais não estão qualificados.
Por último e não menos importante, tem a ver com o subsídio de desemprego. Esta componente que o Estado atribui aos desempregados, como forma de os ajudar a sobreviver enquanto não encontram outro emprego, não apresenta pontos positivos pois este subsídios muitas vez prolongam o tempo de desemprego dos indivíduos desempregados. Esse rendimento que recebem é o suficiente para que estes não queiram procurar emprego e se acomodem com a situação.
Para melhor nos elucidar em termos quantitativos, apresento algumas percentagens: no segundo trimestre de 2012, a taxa de desemprego é de 15%, sendo que classe etária juvenil representa 35,5% dessa taxa; em 1980 a taxa de desemprego era de aproximadamente 7,8% e na classe etária juvenil de 30%.
Dados relativos à duração do desemprego podem ser expressos nos seguintes números: cerca de 374 milhares de desempregados já estavam desempregados há mais de 1 ano e 331 milhares há menos de um ano, isto em 2011.
O desemprego é uma vertente da economia que mais têm afetado a economia e os seus cidadãos, sendo um motivo de preocupação crescente, não se avistando melhorias nem reduções que tanto são prometidas. Este fenómeno tem efeitos quer sociais, quer económicos, ou seja, desemprego significa menor rendimento, que consequentemente diminui o poder de compra e leva a que a economia não possa evoluir e desenvolver-se. A nível social, os efeitos na população não são melhores, pois o desemprego afecta as atitudes e os comportamentos dos portugueses, que muitas vezes entram em desespero por não terem fonte de rendimento. O desemprego é um fenómeno socioeconómico.

Diana Teixeira

[artigo de opinião desenvolvido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]

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