quarta-feira, 21 de novembro de 2012

A evolução do Imposto sobre o valor acrescentado em Portugal

Podemos admitir que dentro do leque variado de impostos indirectos aquele que mais se destaca e mais impacto causa na sociedade Portuguesa é sem dúvida o “Imposto sobre o valor acrescentado” ou, como é mais conhecido, o IVA. Com o objectivo de harmonizar a tributação ao consumo e preparar a entrada na economia Portuguesa no mercado Europeu, está em vigor em Portugal há mais de 25 anos.
Desde a sua chegada em 1986 que tem se vindo a verificar um aumento exponencial, onde Cavaco Silva (primeiro ministro em vigor), juntamente com o governo, decide estabelecer a taxa normal nos 16% e a reduzida nos 8%, medida revista dois anos depois com o aumento da taxa normal fixada em 17%, mantendo-se a reduzida nos 8%. O último aumento verificado foi no início de 2011, de 21% para 23%.
A taxa normal do IVA situa-se actualmente nos 23%, a reduzida nos 6% e a intermédia em 13%, o que significa que o IVA aumentou cerca de 31,25% em 25 anos. O que levou a este aumento?
É de referir que nas receitas de impostos do Estado Português, o IVA representa cerca de 38% do bolo, o que faz com que seja o mais lucrativo. Esta tendência, juntamente com as dificuldades económicas que Portugal está a ultrapassar, explica o porquê do constante aumento deste imposto indirecto. O aumento do consumo, assim como a quantidade de bens que são tributados incentivam o aumento da taxa, de forma a aumentar os lucros provenientes da mesma.
Avaliando o resto da União Europeia, observamos que o Luxemburgo apresenta a taxa normal mais baixa (15%) e a Hungria a mais alta (27%). Portugal encontra-se acima da média (21%), onde partilha a mesma taxa que a Finlândia, a Polónia e a Grécia.
Observamos que em 25 anos o IVA aumentou quase 32%, resta-nos esperar o que o futuro nos reserva: será que daqui a 25 anos o mesmo se verificará?

António Melo

Bibliografia:

[Artigo de opinião desenvolvido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]

Sem comentários: