segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Portugal, um país de emigrantes

Portugal têm-se revelado um país cada vez mais de emigrantes. A deterioração das condições económicas e sociais do país são a principal razão de tal fenómeno. Como tal, a busca por melhores condições de trabalho, melhores remunerações, em geral o melhoramento das condições de vida, representam o motivo da deslocação.
Há dados que revelam que só este ano emigraram cerca de 120 mil portugueses, tendo como principais destinos França, Suíça e Brasil.
Este êxodo verifica-se essencialmente nas classes etárias jovens e adultas. As estatísticas sobre a camada jovem preocupam não só os responsáveis do nosso governo como a nós, futuros licenciados. Muitos dos recém-licenciados são como que obrigados a emigrar para poder exercer a profissão para a qual estudaram tantos anos, havendo assim uma deslocação de mão-de-obra qualificada, a denominada “ fuga dos cérebros”. Esta situação deve-se em grande parte a não terem perspectivas de poder entrar no mercado de trabalho português, pois este encontra-se saturado e a sua remuneração ser abaixo do devido. Em termos percentuais, cerca de 20% dos licenciados sai do seu país rumo ao estrangeiro.
Analisando também os benefícios deste fenómeno, nomeadamente as remessas de emigrantes, estas são consideradas uma das principais fontes externas de financiamento do desenvolvimento. No entanto, com o decorrer dos anos, o peso das remessas de emigrantes tem diminuído progressivamente. Desde 2008 que se mantêm nos 1,4%.
Outro aspecto a favor é o cooperação entre os países que se pode criar, pois, devido a existir portugueses a trabalhar no estrangeiro, nomeadamente licenciados, existe a possibilidade de criar interacções entre os países e assim haver progresso de ambas as partes e travar conhecimentos.
Em forma de conclusão, devido à conjuntura económica do país, com taxas de desemprego tão elevadas, a vida é cada vez mais cara, o salário mais baixos e, consequentemente, o poder de compra tem vindo a diminuir. Neste contexto, a emigração será cada vez mais a escapatória dos portugueses.
No entanto, nem tudo na emigração é negativo, pois podem criar-se parcerias vantajosas para o nosso país e o efeito positivo que as remissas têm nas balanças portuguesas também é de valorizar.
       “Em Portugal a emigração não é, como em toda a parte, a transbordação de uma população que sobra; mas a fuga de uma população que sofre” (Fernando Pessoa).

Diana Teixeira

[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho] 

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