quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Pobreza: um grave problema social

Perante a crise económica que Portugal enfrenta, a pobreza é considerada um assunto da atualidade que merece a devida relevância.
Já em 2007 Portugal registava elevados níveis de pobreza no contexto dos países da União Europeia. No contexto desta realidade, estão mais vulneráveis as crianças, os jovens, os idosos que vivem sozinhos, as mulheres, as pessoas com deficiências, os imigrantes, entre outros. Para termos uma ideia desta situação, em 2007, 4,7% das crianças portuguesas viviam em agregados familiares desempregados. Como se não bastasse, no nosso país, as mulheres continuam a ser discriminadas no mercado de trabalho e acabam por ter acesso a salários mais baixos, desempenhando exatamente as mesmas tarefas do que os homens. Os imigrantes têm acesso limitado ao mercado de trabalho, à habitação, à saúde, entre outros setores da economia. Para além disso, estão sujeitos a trabalhos precários, com níveis salariais de miséria.
Atualmente, a classe média portuguesa conhece o “amargo” da pobreza. Há famílias que passam fome, embora nem todas tenham a coragem suficiente para o assumir, e o índice de suicídios é preocupante. Estes são fruto do desemprego e dos níveis crescentes de endividamento.
No final do mês de Janeiro de 2012, estavam inscritos nos Centros de Emprego do Continente e das Regiões Autónomas 637 662 desempregados. Apesar disto, este número não consegue demonstrar a imagem completa do drama atual em que vivem muitas famílias. Estes casos continuam a aumentar e são cada vez mais graves. Exemplos disso são situações de ruína financeira de famílias que, até agora, viviam normalmente o seu dia-a-dia e que deixaram de conseguir fazer face a empréstimos contraídos. Muitas delas já perderam as suas casas. Por outro lado, temos ainda situações de empresários, em nome individual, que mantiveram determinado negócio durante anos, negócio esse que a crise acabou por tornar inviável.
Todas estas pessoas têm vindo a acumular dívidas às Finanças na esperança de conseguirem salvar o seu “ganha-pão”. No entanto, acabam por ficar submersos em dívidas e não têm qualquer tipo de ajuda, nem por parte do Estado, nem por parte da Segurança Social.
É também cada vez maior o número de famílias que se vêm obrigadas a retirar os filhos das universidades estando, alguns deles, já no final das licenciaturas mas, a situação de desemprego dos pais assim o obriga.
De facto, a situação é alarmante. O fosso entre pobres e ricos, em Portugal, é o maior no conjunto dos países da União Europeia e, já se sabe: quanto maior for o índice de desigualdade de um país, menor é o seu índice de desenvolvimento.
Concluindo: as associações de solidariedade social passarão a tentar apagar fogos que prometem alastrar-se cada vez mais durante os próximos tempos.

Susana Cristina Moreira de Sousa

[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]

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