quarta-feira, 17 de outubro de 2012

O Orçamento de Estado 2013

            De todos os orçamentos de estado, o de 2013 é o mais aguardado, apesar de já estar disponível a sua versão preliminar, e aguardado com mais angústia. A preocupação de todos é onde é que nos vão tirar mais e que artimanhas é que vão usar.
         De acordo com a versão preliminar do OE2013, esperam-se alterações no IMI (Imposto Municipal Sobre Imóveis) e a criação de novos escalões de IRS. Além da subida dos escalões do IRS, o mais alto tributa 48%, mais uma taxa de solidariedade de 2.5% os rendimentos superiores a 80 mil euros, os portugueses vão pagar mensalmente uma sobretaxa de 4%, ou seja, deste modo o agravamento do imposto mensal deverá ser superior a 10%.
         Assim sendo, a carga fiscal atinge níveis que vão reduzir ainda mais o consumo e causar um abrandamento ainda maior na atividade económica em Portugal, que por certo se refletirá em falências de empresas e consequente aumento do desemprego (aplicam-se medidas que aumentam o desemprego?). Mas poderão estas medidas resultar num superavit em 2013? O panorama é pouco animador, e até a “Troika” pede contenção na austeridade. Se não existir rapidamente uma linha de crédito às PME, o desemprego poderá mesmo atingir os 20% no próximo ano e continuar a agravar-se, levando Portugal para uma espiral recessiva sem precedentes.
         Indubitavelmente que o cinto vai apertar ainda mais e não vamos conseguir desapertá-lo no próximo ano, e, apesar dos sacrifícios brutais, estes são extremamente necessários. Estes sacrifícios advêm do passado negro do nosso país, um sobreendividamento correspondente a cerca de 120% do PIB, de modo a que tenhamos que seguir o memorando assinado com a “Troika”.
         Em suma, sem qualquer hipótese de manobra, só nos resta esperar um OE2013 agressivo, e procurar uma alternativa nos parceiros comunitários.

Rafael Silva

[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]

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