quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Economia Paralela em Portugal

Em vários países europeus existe um problema com a economia paralela e Portugal não é nenhuma excepção. No ano de 2010, em Portugal, a quantidade de economia paralela correspondia a 24,8 % da produção total, sendo que no ano de 2011 sofreu uma subida para 25,4 %. Esta subida da economia paralela revela-se um grave problema para um país como Portugal, que se encontra com dificuldades de dívida externa. Segundo um estudo recente, este problema invadiu todos os sectores de atividade (indústria, serviços, agricultura).
Este problema tem, por fim, consequências drásticas para a eficiência de toda a atividade económica global. Toda a produção em economia paralela não ingressa na contabilidade nacional e acaba por não fazer parte da contagem do PIB. Depois de elaborados vários estudos por investigadores, chega-se à conclusão que se a totalidade da produção em economia subterrânea fosse contabilizada o problema do défice desapareceria, para além de Portugal ficar com a balança de pagamentos com saldo positivo. Por outro lado, não vai existir qualquer arrecadação de impostos desta economia não declarada. Desta forma, se o estado conseguisse controlar todo o rendimento auferido nestas práticas aumentaria a sua receita tributária e na situação em que nos encontramos seria um alívio para as contas públicas.
No fundo desta problemática está a subida exaustiva dos impostos diretos e indiretos e o aumento das contribuições para a segurança social. Sendo estas medidas de austeridade uma forma de resolver o problema da dívida externa de Portugal. Como se conhece pela curva de Lafer existe um ponto ótimo de imposto que leva a um máximo de receita arrecadada. Antes deste ponto, com a subida de impostos, aumentamos a receita fiscal, e depois do ponto o aumento da tributação gera cada vez uma menor receita. A diminuição da mesma receita resulta, de certa forma, da fuga aos impostos na economia subterrânea, que sofre um grande aumento quando aumentamos os impostos.  
Durante o ano de 2012, a perspetiva da contagem do rendimento auferido em economia paralela não se revela animador, pois existe uma tendência dramática para a sua subida. Este facto deve-se, principalmente, à quantidade de medidas de austeridade impostas aos indivíduos, a cada momento, durante o decorrer deste ano. Concluindo, o rendimento não declarado revela-se um problema para a economia portuguesa e deve ter uma resolução atempada, de forma a não piorar a situação em que nos encontramos.

Maria de Fátima Barbosa da Cunha

[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]

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