sábado, 13 de outubro de 2012

Economia Negra

Vivemos momentos que refletem mudança, momentos que marcam a nossa vida. As más noticias não param de chegar para Portugal, e o descontentamento e revolta social é cada vez maior. A forte austeridade resultante do aumento dos impostos e da despesa e o crescimento do desemprego deverão continuar a inflamar os protestos nas ruas portuguesas. Todas estas medidas acentuam a Economia Paralela, ou seja, a austeridade leva a que alguns produtores registem apenas parcialmente a sua atividade económica, fugindo assim ao controlo fiscal.
Atualmente a Economia Paralela representa 25.4 % do PIB, que equivale a 43.4 mil milhões de euros, valor este que, de acordo com, Carlos Pimenta, da Faculdade de Economia da Universidade do Porto, equivale ao Monte de Evereste com 8.5 km de altura “recheado” de notas de 100. Pois bem, se um dos grandes problemas é reduzir o défice, não seria mais fácil converter esta imensidão monetária na resolução do problema Português?
Todos sabemos que o défice orçamental resulta numa diminuição do investimento, num capital e num produto menor e que estes por consequência levam a outros efeitos atualmente  bem visíveis na nossa sociedade: a diminuição do consumo. Será que este “ouro negro” não pode ser combatido?
Os sectores de serviços, restauração, automóvel, lojas com serviços não especializados têm impacto na Economia Paralela, na medida em que existe a falta de emissão de faturas. Contudo, o que a faz disparar são as faturas registadas em excesso por algumas empresas, algumas delas fantasma, já que estas emitem as faturas como gastos, mas que se destinam a benefício próprio, ficando assim isentas de contribuições fiscais.
Nesta altura, a solução para a Economia Paralela torna-se eficiente e necessária. A colaboração de todos os contribuintes dividindo os esforços como um todo, o aumento da fiscalização e pagamentos eletrónicos são impulsionadores para a sua resolução.
Assim o Estado conseguiria uma maior recolha de impostos levando a um aumento da receita fiscal e a uma diminuição da sobrecarga para os que cumprem as suas obrigações conduzindo a um rácio da divida substancialmente menor.
A Economia Paralela apresenta a mesma tendência que o ouro. E tal como este já subiu o suficiente para proporcionar ganhos elevados a quem deles beneficiou. Os analistas acreditam que pode chegar mais longe, não estará na altura de reduzir este “ouro negro”?

Jéssica Abreu

[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]

Sem comentários: