quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Competitivo ou não, eis a questão

  A competitividade de uma empresa caracteriza-se por esta possuir um produto com características e preço que se adequam às preferências dos consumidores, ou seja, ter um produto para o qual haja uma procura solvente. A competitividade da empresa advém de factores como baixos custos de produção ou então da produção de um bem com grande valor para o consumidor.
Portugal actualmente, em termos económicos, vive tempos difíceis. Para nos apercebermos da realidade em que vivemos, basta olhar para indicadores como a taxa de desemprego, a dívida pública ou o PIB, indicadores cuja sua evolução não tem sido agradável. Para salvar a economia, é necessário que Portugal seja mais competitivo.
   Recentemente, foi divulgado o Relatório da Competitividade Mundial 2012-2013, do Fórum Económico Mundial, onde se revela que Portugal é o 49º país mais competitivo do mundo. Existem sempre países piores que Portugal; vão sempre existir, mas a comparação deve ser feita com países que obtêm bons resultados, porque para sermos bons temos que mostrar ambição, querer atingir níveis de desempenho proporcionais a países mundialmente influentes.
   O povo português é agarrado ao passado, e, como tal, insiste em investir em sectores nos quais outrora o país foi competitivo, por exemplo, o sector dos têxteis. Portugal era competitivo neste sector. Neste momento, só marcas que já têm o seu espaço no mercado é que conseguem ser competitivas, ao contrário de novas empresas que tentam afirmar-se no sector. Por isso, torna-se necessário investir em algo novo, o que, num país cheio de recursos, não pode ser assim tão difícil. É necessário continuar a criar meios de interacção, fóruns, websites, em que empresários interagem com gente com espírito empreendedor, pessoas com ideias que precisam de ser financiadas e que podem gerar retornos para os envolvidos e para o país. Um caso de sucesso é a empresa Techframe, empresa que produz software de gestão de propriedade industrial e intelectual. Domina o mercado nacional e tem vários clientes internacionais, tudo isto porque não houve receio de investir num sector que requer capital humano qualificado e muita inovação.
  «Não é a espécie mais forte que sobrevive, nem a mais inteligente, mas aquela que reagir melhor às mudanças». Esta frase de Charles Darwin, na minha opinião, adequa-se àquilo que é o desafio de Portugal: avançar com ideias novas, inovar sectores, meios de produção, de forma a adaptar-se às exigências dos mercados, de forma a competir com os melhores países da União Europeia e encontrar no reforço da competitividade a solução para a crise que vivemos actualmente.


Rui Manuel Sousa Barros

[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]

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