domingo, 14 de outubro de 2012

A corrupção e a crise em Portugal

A corrupção é definida pelo dicionário da Porto Editora como o "uso de meios ilícitos para obter algo de alguém". Esta prática, juntamente com as ditas "cunhas", são dos principais motivos para que o nosso país não consiga sair da crise em que se encontra. 
Segundo o Índice de Percepção de Corrupção, elaborado pela Transparência Internacional em 2010, Portugal é o 3º país mais corrupto dentro da comunidade europeia, atrás da Itália e da Grécia. Este estudo mostra também que os portugueses, apesar de a grande maioria se mostrar contra esta prática, isso não acontece quando se deparam com uma situação dessas, ou seja, apesar da maioria da população se mostrar contra a corrupção na teoria, poucos o são na prática. 
Na minha opinião, isto deve-se ao facto de todos sabermos que a corrupção é uma acção criminosa, mas, devido às facilidades que essa acção trás, as pessoas preferem optar por esta. Outro problema da nossa população é que quando se depara com uma situação de corrupção não toma nenhuma medida e prefere olhar para o outro lado. 
Infelizmente, é relativamente fácil em Portugal de encontrar casos de corrupção e de cunhas. Um dos exemplos foi publicado no Jornal Expresso e é relativo à Câmara Municipal de Loures. Nessa notícia, podemos ver que o autarca Carlos Teixeira colocou a sua família na câmara, ora vejamos: Graça Teixeira (esposa) é a Directora Delegada do SMAS; a sua filha, Joana Calçada, é Adjunta da Vereadora Sónia Paixão: a namorada do seu filho, Maria Montserrat, é adjunta do presidente da câmara; o seu irmão, Constantino Teixeira, era assessor de um vereador, mas saiu para uma empresa participada pela Câmara (Valor Sul); e por fim os seus cunhados, António Baldo e Paulo Gualdino, exercem funções como Chefe do Gabinete do Presidente e Chefe de Gabinete do SMAS, respectivamente. Ora, a Constituição Portuguesa determina que o acesso ao emprego público é um direito de todos os cidadãos, em igualdade de circunstâncias e sem discriminação e em regra por via de concurso público
Isto faz com que seja gasto dinheiro e tempo desnecessariamente quando no fim são contratados os amigos dos que lá estão em vez de pessoas mais qualificadas para o emprego em questão. Isto faz com que cargos de relativa importância sejam desempenhados por pessoas conhecidas sem conhecimentos para tal, em vez de pessoas qualificadas para tal, assim os trabalhos em questão são mal executados, o que vai fazer com que o nosso país não ande para a frente e não consigamos sair desta crise. 

João Moura

[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho] 

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