terça-feira, 20 de março de 2012

Inovação: a chave do sucesso?

Dada a actual conjuntura é cada vez mais frequente as empresas interrogarem-se sobre qual será a chave para o sucesso e, de um modo mais dramático, sobre como “sobreviver” no mercado.
 “Se quer criar a sua própria empresa, o segredo do sucesso está em lançar um produto ou serviço diferenciado e com potencial para exportar.” (em Económico). Àparte de tudo o resto que poderá advir desta afirmação, surge-me de imediato o enlace entre diferenciação e inovação. Qual será a melhor forma de diferenciar um produto ou serviço que não inovando-o? Até que ponto será mais vantajoso optar pela criação de um novo produto ou serviço ao invés de aperfeiçoar um já existente? Contrariamente ao que muitos pensam, inovar não consiste só na criação de novo conhecimento ou ideias, mas também, na utilização do conhecimento já existente em formas diferenciadas.
Pessoalmente, julgo que através da inovação é que as empresas poderão aspirar a diferenciar-se da concorrência, por isso mesmo o papel da inovação e a sua associação ao sucesso das entidades está cada vez mais em voga, não só a nível mundial, como também, no nosso país. Tal facto é constatado pelo “Painel de Inovação da União de 2011” divulgado em Bruxelas que revela que Portugal permanece no grupo de “Inovadores Moderados”, na posição 16 do ranking, apesar de em 2010 ter sido o país com maior crescimento no ranking europeu de desempenho no âmbito da inovação (ocupando o 15.º lugar). Sendo que o ranking se divide em quatro categorias classificativas distintas, “Líderes em Inovação”, “Seguidores em Inovação”, “Inovadores Moderados”, “Inovadores Modestos”, não será complicado associar os primeiros lugares (a primeira categoria respectivamente) à Suécia, Dinamarca, Alemanha e Finlândia, sendo que Portugal se enquadra na terceira categoria.
A crescente aposta em inovação levanta de imediato a questão dos financiamentos, uma vez que o acesso ao crédito está cada vez mais restrito. Muito para além dos recursos financeiros necessários para financiar todo um ciclo de vida de qualquer negócio, é imprescindível a planificação da sustentabilidade do investimento inicial de constituição e/ou aquisição, do período inicial de lançamento e respetivo crescimento e/ou expansão.
Para a obtenção do sucesso subjacente à inovação e, provavelmente, para evitar o risco inicial associado a ela mesma, surge o projecto “Alltodouro.com” que julguei ser interessante referir por não ser um dos modelos ditos convencionais de inovação. Alltodouro.com é uma marca, um projecto privado, mas também o espirito de 13 operadores privados ligados aos vinhos, turismo, gastronomia, natureza e cultura, que ambicionam estruturar-se em rede para gerar um novo Douro. Sendo a região do Douro destino turístico de excelência, o objectivo é, portanto, promover a região a nível nacional e internacional, valorizar o vinho do Porto e DOC Douro, o turismo, os produtos do grupo, bem como outros produtos da região. Tendo o vinho do Porto como o ícone das exportações portuguesas, não é de admirar que este projecto, ainda que não esquecendo o mercado interno, seja claramente para a exportação. Criação de redes, parcerias e muita envolvência serão necessárias para integrar variados projectos de qualidade debaixo de uma marca única. As sinergias entre os vários parceiros tornarão a região mais conhecida, mais dinâmica e, por consequência, mais visitada. Celeste Pereira, promotora da iniciativa, afirma que “é uma iniciativa inovadora e única no país”. Vendo-me “obrigada” a concordar com a afirmação, resta concluir que este veiculo de inovação criará economias de escala entre empresas dinâmicas que acreditam que colectivamente poderão fazer muito mais e melhor, do que individualmente.
Se a inovação será ou não a chave do sucesso é difícil declarar, no entanto, contornado o problema do investimento inicial e/ou de constituição, ela será um importante passo para o sucesso e para a sobrevivência no mercado.

Daniela Gonçalves Gomes

[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho] 

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